Foi opção sua ir embora, baby. Eu
disse que você se arrependeria, que estávamos vivendo nosso melhor momento.
Lembra? Por que eu me lembro. Você estava encostada na estante de livros que
tínhamos comprado há uma semana trajando aquele cardigan cinza que também compramos em
nossa última viagem, que modéstia parte foi incrível. Lembro-me do seu cabelo
amarrado de qualquer jeito em um rabo de cavalo. Você esperava que eu dissesse
alguma coisa ou que eu implorasse por nós. Mas eu não fiz.
Depois que passamos daquela fase
de flores e bombons e migramos para intimidade e birras você sempre me culpava:
pela falta de time, pelas nossas
brigas e ouso dizer que até pelos cataclimas. Ainda assim eu te amava, cada
pedacinho seu. No entanto sempre deixei claro que o dia em que você tivesse
vontade de pular fora do navio, então eu aceitaria. Sei lá, talvez eu tivesse
prevendo. Isso é uma droga sabe, por que em matéria de relacionamento sou
sempre aquele que é deixado. Há quem diga que o culpado seja eu mesmo, por
deixarem as pessoas irem embora.
Será?
Vai saber. O que sei é que, uma
coisa é lutar pelo amor da sua vida, outra coisa é ficar implorando por amor
como um mendigo indecoroso na porta da igreja. Quando a gente ama uma pessoa a
gente não fica o tempo inteiro culpando-a se a tal saída ao cinema não deu
certo. A gente conversa, discute os prós, os contras e tenta outra vez. Juro
que amo DRs, que acho graça em todas essas coisas estranhas e tempestuosas que os
relacionamentos têm e conhecemos sem precisar lista-las, então por que você fez
diferente? Por que quando você saiu por aquela porta dizendo que era o fim não
tentamos conversar sem gritos?, sem que eu parecesse o vilão?, sendo que tudo o
que eu quis foi te fazer feliz.
A teoria que tenho é que com toda
a certeza você não me amava. Quem sabe no inicio. Se bem que aposto que o quê
você sentia por mim era só um contentamento; eu era a chuva passageira que sua
terra quente e infértil precisava no momento.
Então aqui está você, parada na mesma
estante meio que implorando por uma nova chance. Sabe a história de que gatos
têm sete vidas?, bem, é uma mentira, como o nosso relacionamento. Eu te
entreguei o último fósforo da caixa e, desculpe, você não soube usar. Agora não
dá mais, entende? Por que não quero que amanhã ou depois você repita essas
mesmas atitudes, que me culpe, que perca o brilho que enxerga em mim, afinal,
todo mundo sabe que quando perdemos o encanto numa pessoa é uma raridade
recuperá-lo. Não quero ser sua válvula de escape nem a culpa do seu medo de ser
feliz, por que eu quero amar uma pessoa desesperadamente, como Romeu amou a
Julieta, mas eu também quero alguém que me ame na mesma intensidade e se você
não pode me oferecer isso apenas me explique por que estamos aqui?
Eu aprendi a lição e espero que
aprenda também. Não é todo mundo que está disposto a brincar de começos e
recomeços. No momento quero outras coisas, viver outras coisas, quem sabe até
amar outras coisas, mas, desculpe, você não faz mais parte dos meus novos planos.
Então seja feliz, baby, é só o
que eu posso te desejar.
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